No Rio de Janeiro foram registrados, em média, 5 feminicídios e 15 tentativas de feminicídio por mês em todo estado, ao longo de 2017, segundo o Dossiê Mulher 2018. O mais assustador, 75% desses homicídios intencionais de mulheres foram praticados pelo atual ou pelo ex-companheiro, e quase dois terços (68,5%), dentro de casa.
Casos recentes como o do homem preso acusado de matar a mulher na frente do filho de 3 anos, no Complexo do Alemão, na última segunda-feira (06), um dia antes da Lei Maria da Penha completar 12 anos, são, infelizmente, muito comuns no estado, especialmente na Baixada Fluminense.
Cada vez mais freqüentes e chocantes, os crimes de violência doméstica motivaram esta semana operações da polícia civil no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Aqui no estado, foram cumpridos 47 mandados de prisão contra acusados de violência doméstica ou sexual.
A central de atendimento 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher em todo o Brasil, recebeu, no Rio de janeiro, quase 73 mil chamados este ano, entre os meses de janeiro e junho. Relatos de abuso sexual, homicídio, cárcere privado estão entre os casos denunciados. No ano passado, 381 mulheres foram vítimas de homicídios dolosos, 683 de tentativas de homicídios, e 39.641 vítimas de lesão corporal dolosa no Rio de Janeiro.
Mas é graças à Lei Maria da Penha que estes tipos de casos vêm a público com mais freqüência. Por força da lei, a violência praticada dentro de casa passou a ser crime. A norma criou juizados especializados, aumentou as penas de prisão e proibiu penas pecuniárias aos agressores. Também obrigou o estado a dar proteção às vítimas. Por isso é importante que as mulheres continuem denunciando seus agressores. Só assim, elas vão conseguir romper com um ciclo de violência que começa com xingamentos, ameaças e assédio moral. Aliás, todos esses listados, também são crimes e devem ser denunciados. Basta de violência doméstica. Quem ama, não mata.