O que cabe à Alerj na recuperação do Rio

Compartilhar

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp

Publicado pelo jornal “O Globo” no dia 21 de junho de 2019, clique aqui para acessar.

O momento do Rio de Janeiro exige decisões equilibradas. Se não for retomada a normalidade necessária nos serviços elementares como saúde, educação e, principalmente, segurança pública, o estado não poderá esboçar um possível — e viável — recrudescimento e continuará sofrendo por algum tempo os efeitos da crise econômica. O mais urgente é deixar de lado os embates improdutivos, frear o tom bélico da eleição e arregaçar as mangas.

Embora os governos tenham chegado fortes, numa onda por mudança, vêm encontrando dificuldades para aprovar as pautas imprescindíveis para que o país e os estados tirem a máquina pública da inércia. O desafio mostra-se ainda maior porque no Executivo vemos quadros novos, mas sem experiência em gestão.

É nesse ponto que entra a importância da postura do Legislativo. Na esfera nacional, o governo aposta todas as fichas numa imprescindível reforma da Previdência. No entanto, decisões monocráticas que flexibilizam a política de regras ambientais abrem brecha para futuros prejuízos com sanções impostas pelo mercado global. É preciso ponderar e analisar de forma mais ampla as soluções para a tão desejada recuperação.

A demora nas costuras com o Congresso já custa um preço alto, com a queda livre da confiança do mercado financeiro, que hoje vê suas expectativas de melhoria da macroeconomia frustradas. A aprovação do governo federal despencou 72 pontos percentuais desde janeiro, de acordo com sondagem realizada entre profissionais do setor.

No exemplo do Rio, os dados estão na mesa. A superprodução no pré-sal e o binômio petróleo/dólar valorizado alavancam a projeção de royalties para R$ 20 bilhões em 2019. Mas o déficit da previdência dos servidores, o passivo de restos a pagar e a perda de arrecadação com empresas que migram devido à crise da segurança pública comprometem integralmente o equilíbrio financeiro.

Qualquer fôlego só virá com medidas de austeridade. E aí o deputado exerce um papel fundamental além de legislar, pois também tem responsabilidade direta sobre a verba pública. A Alerj vem economizando: a previsão é devolver ao governo mais de R$ 1 bilhão em três anos — dinheiro que ficaria parado no Fundo Legislativo.

E firmamos acordos com o Executivo para garantir o uso deste recurso nas três áreas cruciais: segurança pública, para contratação de policiais concursados; investimentos em equipamentos e polícia técnica; saúde, para ajudar a zerar a fila dos transplantes de rins, córneas e fígado, e educação. Mesmo sem grandiosidade — até porque o cenário atual não permite —, essas iniciativas sinalizam nosso posicionamento institucional.

Temos um Parlamento fluminense com mais de 50% de renovação. Quase seis meses depois da posse, o governador ainda não enfrentou uma prova de fogo no plenário. Em breve, a exemplo da agenda de Brasília, poderemos ter votações que envolvem uma grande reforma da previdência estadual, entre outras mudanças impactantes. Conter a radicalização e manter o foco no resgate do Rio — sem abandonar as convicções e divergências naturais do habitat democrático — é o que na prática vai fazer valer o sentimento demonstrado pelas urnas em outubro.

André Ceciliano é presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

 

 

RECEBA NOSSOS INFORMATIVOS NO SEU EMAIL OU POR WHATSAPP

Mais notícias

Presidenta do PT diz que papel do ex-secretário de Assuntos Federativos vai além da sua

Lei determina a instalação de composteiras orgânicas nas escolas e foi proposta através da plataforma

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano

Fotos: Antônio Pinheiro O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva arrastou uma multidão pelas ruas