O Poder Executivo pode ser autorizado a retirar as cadeiras existentes na parte inferior do Estádio do Maracanã, com o objetivo de recriar setores populares com ingressos mais baratos. É o que propõe o projeto de lei 4.260/18, dos deputados André Ceciliano e Zeidan Lula. A medida foi aprovada, em discussão única, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (24/09). O texto seguirá para o governador Wilson Witzel, que tem até 15 dias úteis para sancionar ou vetar.
De acordo com Ceciliano, este tipo de medida já aconteceu no Estádio do Beira Rio, do Internacional, no Rio Grande do Sul. “O objetivo é democratizar o acesso aos jogos, com o intuito de que as pessoas mais pobres vejam jogos no Maracanã. Financeiramente está mudança também é viável, já que pode gerar mais dez mil lugares no estádio”, explicou o presidente da Alerj.
Alguns torcedores acompanharam a votação do projeto nas galerias do Plenário da Alerj. O economista aposentado Bernardo Sicsu, de 71 anos, tinha apenas 12 anos quando foi ao Maracanã pela primeira vez torcer pelo Flamengo no Campeonato Carioca de 1962. De lá pra cá, foram muitas as vezes em que foi ao estádio acompanhado da esposa Marcia Bitteti, de 67 anos, e toda a família. “A gente adorava a Geral! Mas agora um dos nossos filhos se sente excluído porque não tem como pagar o ingresso”, disse Márcia, professora de francês aposentada que torce para o São Paulo.
Bernardo comemorou a aprovação da norma. “O lazer é um direito fundamental do cidadão, ninguém quer só casa e comida! Somos adversários no jogo, não inimigos, e o que queremos é que todos tenham o direito de torcer!”, concluiu.