O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano, mediou a abertura do Fórum de Desenvolvimento Estratégico Permanente nesta terça-feira (23/02). No encontro com representantes dos setores da educação, indústria, saúde e turismo de todo o estado, foram traçadas prioridades para a retomada da economia fluminense – entre elas, o investimento no Complexo Econômico Industrial da Saúde e na indústria local do setor de Óleo e Gás.
“É muito importante que a indústria do petróleo venha para cá. O Repetro é um modelo que beneficia empresas de fora. Temos menos de 20% desses contratos no Rio, sendo que 60% do petróleo produzido no Rio vai para fora do país. Esse será um assunto que vamos discutir muito esse ano também”, defendeu o parlamentar.
A diretora do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Valéria Lima, ressaltou que o IBP espera ter um ambiente institucional seguro e competitivo: ´Em 10 anos, a janela de oportunidade do petróleo começa a se fechar. Os capitais que não vierem para cá têm outros lugares para ir no mundo. Reconhecemos que o Rio tem um potencial enorme”, destacou.
Valéria ainda destacou os esforços da Alerj para a aprovação da Lei 9.183/21, que aplica penalidades administrativas em casos de roubo, furto ou receptação de combustíveis. “Essa é uma lei muito importante que traz um avanço enorme. “O Rio deu um passo corajoso, que o Congresso Nacional ainda não deu, e foi em linha a um problema sério de roubo de cargas no estado. Agradecemos o apoio deste parlamento”, concluiu.
O presidente da Alerj lembrou que, desde o início da pandemia de COVID, o Legislativo tem se mostrado atuante e ao lado da população. “Já foram 445 leis aprovadas em 2020 para minimizar os impactos da pandemia”, destacou Ceciliano.
Auxílio emergencial
Outra ação importante da Casa destacada ao longo do encontro foi a aprovação do programa Supera Rio (PL 3.488/21), do deputado André Ceciliano, que cria o auxílio emergencial de até R$ 300 para as famílias na linha da pobreza. “O Estado do Rio, por iniciativa do Ceciliano, em apoio com o Governo do Estado, está demonstrando que existe outro caminho para o desenvolvimento econômico, de forma que gere mais receita e empregos no Rio. Porém, vale lembrar, que esse financiamento não deve ser custeado pela saúde, educação e por servidores públicos. Ele não depende dessas providências”, defendeu o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Lodi.
Já o Coordenador Jurídico do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), Rafael Cardoso, apresentou dados que comprovam a importância do auxílio. “No início do ano de 2020 tínhamos mais de 270 mil pessoas empregadas no setor, mas chegamos em dezembro com apenas 30 mil empregos diretos”, informou.
Cardoso ainda disse que das 19 mil empresas cadastradas no sindicato em 2019, 16 mil fecharam as portas em 2020. “Ficamos apenas com 3 mil bares e restaurantes abertos. Esse número é menor do que a quantidade de estabelecimentos que tínhamos só na capital. Grande parte das nossas empresas geram até 11 empregos diretos e são as primeiras a quebrar em uma crise como essa. É um alento ouvir falar do auxílio social e do uso correto do Fundo da Pobreza”, disse.
Complexo da Saúde
Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Vieira, o Rio precisa investir no Complexo econômico de saúde para aumentar receita. “Podemos chegar a 3 mil empresas nesta área, com muitas vagas de emprego e que podem gerar um investimento na casa dos R$ 7 bilhões”, calculou Eduardo. Ele ainda agradeceu à Alerj pela aprovação de leis para apoiar o desenvolvimento da indústria, como a redução de ICMS do setor metal-mecânico.
Quem também concordou com Eduardo foi a presidente da Associação de Biotecnologia do Estado do Rio (Assespro-RJ), Maria Luiza Reis. Ela destacou a necessidade de unir centros de tecnologias voltados para a saúde e empresas do setor: “Seremos capazes de multiplicar e vender, gerando riquezas e empregos. Temos que fazer o Rio novamente protagonista do setor da saúde.”
Fazer parcerias entre instituições públicas e privadas para alavancar esse Complexo é primordial, segundo a reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise de Carvalho. “Só a UFRJ tem duas vacinas em testes, uma delas com tecnologia RNA. Eu sonho e espero ver um país capaz de exportar vacinas, não só produzindo para a sua população. Com parceiras, vamos fazer o Brasil avançar. Estamos juntos, apoiando a criação do Complexo Industrial da Saúde”, afirmou.
Turismo
O turismo vem sofrendo com os reflexos da pandemia e, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do RJ (Abav), Tereza Cristina Fritsch, é preciso melhorar a segurança pública para dar confiança ao turista de vir ao Rio. Ela também chamou atenção para o Aeroporto Internacional do Galeão, que está perdendo voos internacionais. ´Isso é drástico para o Rio. Fomos massacrados pela pandemia. Estamos com cerca de 40% dos nossos aviões parados e os nossos navios sem navegar e para nós esse é um momento muito triste”.
O presidente da Federação de Conventions & Visitors, Marcos Navega , também citou a necessidade de tributação do serviço de aluguel de imóveis por temporada, solicitando que a Alerj faça a regulamentação.