Nesta segunda-feira (10/12), data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março deste ano, foi homenageada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O pai e a irmã de Marielle receberam a Medalha Tiradentes e o Diploma Post-Mortem das mãos do deputado Marcelo Freixo (PSol), com quem Marielle trabalhou por dez anos. “Hoje é uma grande homenagem ao amor, porque é isso que a Mari representa. Eu daria tudo para nesse momento estar dividindo isso com ela”, falou Freixo.
Emocionado, o pai de Marielle, Antônio Francisco da Silva, disse que a cerimônia mostra o quanto o trabalho da sua filha foi importante para tanta gente. “Essa é mais uma homenagem que a nossa família vai receber, das muitas que nós já temos recebido, o que prova que a atuação de Marielle foi muito marcante, contundente e em defesa dos direitos humanos”, ressaltou. Ele disse ainda estar confiante nas investigações sobre a morte da filha. “Nós continuamos confiando que teremos em breve essa resposta. Há nove meses, Marielle teve a sua vida ceifada e até hoje não nasceu a resposta que nós queremos ouvir’, disse.
A diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, ressaltou o papel de Marielle na luta pelos direitos humanos. “Hoje, aqui na Alerj, é o dia que reúne pessoas de todas as áreas e de todas as lutas para dizer que Marielle não foi interrompida e que a luta dos direitos humanos não será interrompida, e pra dizer que a Declaração Universal de Direitos Humanos precisa ser levada mais adiante e precisa ser vivida na prática. Homenagear a Marielle é mais uma vez afirmar que continuaremos lutando para que os direitos humanos sejam um direito de todos”, ressaltou Jurema.
O deputado Marcelo Freixo aproveitou a data para conceder a Medalha Tiradentes a um dos mais antigos integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Sidney Teles. Segundo Freixo, ele é referência na luta pelos direitos e garantias da infância e juventude, principalmente em relação àqueles em cumprimento de medida socioeducativa. “Homenagear o Sidney, é uma forma de homenagear a todos que atuaram conosco nesses dez anos”, disse Freixo, despedindo-se da equipe, já que no próximo ano ocupará uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, como deputado federal.
Durante a solenidade, diversas pessoas que foram atendidas pela comissão deram seus depoimentos. Também foram apresentados os relatórios da Comissão de Direitos Humanos da Alerj e da Subcomissão da Verdade na Democracia – Mães de Acari. O primeiro é uma prestação de contas do trabalho realizado ao longo dos dez anos em que Freixo presidiu o colegiado onde foram feitos mais de seis mil atendimentos e 80 audiências públicas foram realizadas.
Já o relatório da Subcomissão da Verdade na Democracia reúne dados e testemunhos de crimes de execução, tortura e desaparecimento. O relatório será lançado no próximo dia 13, às 17h, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Centro da capital.
Também estiveram na mesa, a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE/RJ) Eliane de Lima Pereira, o defensor público Rodrigo Pacheco, a irmã de Marielle Franco, Anielle Franco, e a fundadora do Movimento Moleque, Mônica Cunha.