Um projeto de lei de autoria do deputado André Ceciliano, o 3.332/2017, pretende classificar Engenheiro Paulo de Frontin como município de interesse turístico, ajudando assim a propagar as belezas da cidade, estimulando a economia local. A proposta foi aprovada nesta semana em primeira discussão pela Alerj.
Na justificativa do projeto, André Ceciliano destaca a beleza da Mata Atlântica que cerca a cidade e também seu patrimônio ferroviário, que conta com uma estação inaugurada em 1863.
Confira a íntegra da justificativa:
Um cinturão verde de Mata Atlântica cerca Paulo de Frontin, cidade das estações de trem e dos longos túneis ferroviários. Do sincretismo religioso e cultural. No lugar que tem nome de engenheiro, nasceu o compositor Herivelto Martins, e hoje abriga gente de fibra como o Mestre Robson, à frente de uma escola de percussão com nome na cidade. Gente de pulso, como Marcelo de Freitas , que criou o grupo teatral Multiplicatores. Gente de fé, como a Dona Odília, que conhece rezas e ervas para curar todos males. Gente de todos os dias, que forma um público cativo nos eventos culturais da cidade, como o Festivais Vale do Café e Café, Cachaça e Chorinho. Vale a pena conhecer.
A cidade de Engenheiro Paulo de Frontin preserva um centenário patrimônio ferroviário formado por cinco estações de trem, construídas no modelo das gares inglesas. A mais relevante delas é a Estação de Engenheiro Paulo de Frontin, inaugurada em 1863, que abriga um Centro Cultural e a Secretaria de Cultura. A estação. Ela faz parte do inventário das Estações Ferroviárias do Inepac.
Localizada no centro da cidade, a estação é formada por duas plataformas (com ligação subterrânea) e duas vias férreas. Quanto à arquitetura, sua construção é feita por tijolos maciços aparentes, com ornamentação detalhada em branco. Com três portas e duas janelas no módulo central da estação, tem esquadrias de madeira pintadas em marrom.
Inaugurada pela família imperial, era conhecida como “Rodeio”, tendo recebido na década de 1920 o nome Paulo de Frontin, em homenagem ao engenheiro e político que atuou no desenvolvimento da linha férrea na cidade, entre outros feitos. Até meados dos anos 1990, o município fazia parte da rota de trens que iam de São Paulo para Belo Horizonte e do Rio para a capital paulista, sendo também uma das paradas do trem Barrinha, que fazia o percurso Japeri-Barra do Piraí.
Em Engenheiro Paulo de Frontin há belas cachoeiras localizadas em seu entorno e próximas do centro urbano. A mais importante é a Cachoeirão, formada por nascentes dentro da Mata Atlântica, com duas quedas de cerca de 30 metros. Destacam-se também as cachoeiras Bórgeres de Castro, com 20 metros de altura, quatro saltos e grande volume de águas claras e transparentes; e Ronco d’Água, com 15 metros de altura e três saltos, formando uma grande piscina natural. Há ainda a Borracha, de três metros; Castelo do Riacho, de três metros, e a cachoeira do Salto, com cinco metros de altura. Também destaca-se o Pico do Lirio, mirante de 600 metros de altura, de onde se pode apreciar quase todo o território do município e do vizinho Mendes.
Por fim a Igreja de Nossa Senhora da Soledade onde em 1868, João Gomes conseguiu recursos com fazendeiros locais e construiu uma capela no lugar onde havia uma cruz marcando o sepultamento de uma pessoa desconhecida. No ano seguinte, o povo conta que João foi à Corte, no Rio de Janeiro, e voltou à cidade de trem, carregando uma imagem da Santa de Soledade nas costas. Os sinos repicavam festivamente e ele foi seguido por uma procissão de fiéis até a capela no alto da colina da Soledade. A santa é a padroeira da cidade.