Políticos falaram da necessidade de eleger candidaturas comprometidas com a governabilidade de Lula
O ato “Sempre Juntos pelo Rio”, promovido pelo PT nesta quinta (7), reuniu cerca de 50 mil pessoas na Cinelândia, no Centro do Rio. Pré-candidato à presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu com a geração de empregos no Rio. O ato contou com a presença do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato a governador; e o deputado estadual André Ceciliano (PT) citado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, como pré-candidato ao Senado pelo Rio, na coligação que apoia Lula.
“Precisamos ganhar mais aliados a cada dia. Isso é urgente porque eles vão vir querendo jogar pesado e nós temos que responder à altura. Eu não tenho dúvida nenhuma, a causa pela qual nós lutamos pelo Brasil e pelo povo brasileiro é a causa que nos levará à vitória. Aqui no Rio de Janeiro, com Freixo e com André, nós estaremos juntos nessa caminhada para enfrentar também o que está acontecendo no governo do Estado”, disse Gleisi Hoffmann.
Ao lado de Freixo, Lula destacou a atuação do pré-candidato ao governo no combate às milícias. “Eu vim aqui para tirar as dúvidas que aqui no Rio eu tenho um candidato ao governador chamado Marcelo Freixo. Não tenho nada contra ninguém, mas é preciso ficar claro, para cada companheiro que vai votar no Lula, que é importante votar no Freixo para o governo do Rio de Janeiro”, disse o ex-presidente.
Freixo destacou a importância de implementar políticas que garantam o enfrentamento à violência no Rio de Janeiro, em especial contra a comunidade jovem e periférica, e à fome. “O Lula disse que saiu de casa aos sete anos de idade para fugir da fome e olha como é a história desse país. Agora, esse Brasil vai trazer ele de volta para a presidência da República exatamente para acabar com a fome desse país. Só no Rio tem 3 milhões de pessoas passando fome”, disse Marcelo Freixo.
O deputado André Ceciliano (PT) destacou o apoio de Lula às comunidades carentes através de projetos políticas sociais, culturais e de moradia. “Hoje nós nos encontramos com representantes das favelas e eles querem Lula de volta, querem que o senhor continue a fazer os complexos esportivos, as bibliotecas-parque, as milhares de casa que o senhor construiu na Rocinha, em Manguinhos e no Complexo do Alemão”, disse.
Eleição pela governabilidade
No palanque, ao lado do ex-presidente, Ceciliano falou da importância de garantir governabilidade em um eventual governo Lula. “Eu quero ser o seu senador em Brasília, como foi Benedita da Silva, como foi Lindbergh Farias, que nunca tiraram o pé da bola dividida […] Eu sei que, lá na presidência, o senhor não terá só momentos bons, não terá só alegria. O senhor terá momentos difíceis porque governar não é fácil. Eu nunca saí do PT, continuei a defender seu legado e da presidenta Dilma, mas os covardes saíram. Por isso eu quero ser o senador do PT, quero ser o seu soldado”, disse.
A necessidade de governabilidade em um eventual próximo mandato também fez parte do discurso do pré-candidato à presidência. “É importante ter em conta que, quando a gente for eleito, a gente precisa de gente para apoiar a gente lá. E aí entram os deputados federais e senadores. Não basta eleger um presidente da rpublica e eleger um deputado fascista de direita. É preciso eleger quem está comprometido com o sonho de vocês, com o emprego, com a liberdade, com a autonomia sindical, com a melhoria da saúde, com a melhoria das escolas técnicas e de universidades. É preciso eleger quem está preocupado em cuidar do povo com respeito”, disse Lula.
Geração de empregos na indústria naval
A crise do desemprego no Rio de Janeiro, em especial na indústria naval, foi um ponto em comum nos discursos do ex-presidente Lula e do deputado André Ceciliano. Ambos falaram do crescimento do setor durante os governos petistas e sobre a política de desvalorização da Petrobras, incentivada pela operação Lava-Jato. “Quando o senhor foi eleito presidente, a indústria naval tinha só 3 mil empregos. Uma década depois, tínhamos mais de 80 mil empregos e o Rio de Janeiro precisa de emprego, de desenvolvimento social e econômico”, lembrou Ceciliano.
Lula destacou que a indústria naval hoje aplica seus investimentos em outros países. “Como se explica, em um país que tem oito milhões de costa marítima, que pode ter uma baita de uma marinha mercante, uma grande indústria naval, a gente importar navio da China, da Coreia do Norte, de Cingapura? […] Esses empregos que eles estão exportando para lá poderiam ser criados aqui, seriam milhares de empregos de qualidade, formando as pessoas”, comentou Lula, destacando que a descoberta dos campos de pré-sal pela Petrobrás foram fruto de muito investimento. “A gente saiu de R$ 3 bilhões para quase R$ 30 bilhões de investimentos na Petrobrás para a gente descobrir a mais importante jazida de petróleo já descoberta no século XXI até então”, disse.
O deputado André Ceciliano encerrou seu discurso com um trecho do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente, presidente, é coragem”, citou.
Urna eletrônica e combate às fake news
O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin fez referência às constantes críticas do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro. “Quando eu vejo a Cinelândia lotada, eu entendo porque o Bozo tá com medo da urna eletrônica. Porque, na verdade, ele está com medo do voto do povo. Ele sabe que não merece um outro mandato. O que estamos vendo no Brasil inteiro, desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, é um grande movimento pela volta da esperança, pela volta de Lula.
O pré-candidato à presidência também destacou que as eleições deste ano devem ser marcadas pelo combate às fake news. “A gente não pode acreditar nas mentiras e nem deixar quem a gente conhece acreditar. A gente tem que ficar alerta. São milhares e milhares de fake news enviadas todos os dias para as pessoas, tudo na base de robôs. É uma máquina poderosa de contar mentiras. [Bolsonaro] é um cara que mente 7 vezes por dia, não é possível. Derrotar esse cara é uma questão de hora do povo braisleiro e pelos que lutaram pela democracia e pelos Direitos Humanos”, disse.
No palco, ainda estavam presentes os presidentes do PSB, do PSOL e da Rede, que integram a coligação.
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Fotos: Ricardo Stuckert