(foto: Anderson Coutinho)
Longe dos cartões postais que ocupam o imaginário popular sobre o Rio de Janeiro, há cultura. Para valorizar a arte que vai além da zona sul da capital, mais de mil artistas da Baixada Fluminense se reuniram, na noite desta segunda-feira (05/09), para prestar apoio à candidatura de André Ceciliano ao Senado Federal, no Patronato, Nova Iguaçu. O candidato defendeu uma ampliação do patrocínio cultural via Lei do ICMS e deve votar um projeto de lei sobre o tema na Alerj na semana que vem.
— Só quem patrocina hoje via ICMS são as grandes empresas porque podem usar até 3% do arrecadado. Vamos focar agora nas empresas que arrecadam até R$ 4,8 milhões e a ideia é democratizar a captação do recursos via Lei do ICMS. Uma empresa de Japeri, por exemplo, que recolhe ICMS vai poder patrocinar um projeto do seu entorno. Isso é democratizar o acesso ao incentivo fiscal e vai transformar a realidade social das cidades.
André lembrou que é autor de mais de 420 leis, dentre elas mais de 30 para o setor de cultura. São dele as leis que reconhecem diversos movimentos e equipamentos do estado do Rio como patrimônios culturais, como o forró e o Armazém Utopia. Ele também assina a lei que criou o Dia Estadual do Humor, em homenagem ao ator Paulo Gustavo.
O encontro reuniu representantes de outras áreas, da Educação ao setor empresarial. Entre eles, o ex-ministro da Igualdade Racial e ex-presidente da Fundação Palmares, Elói Ferreira, que entregou ao candidato uma carta com propostas para o setor no Senado, produzida pela Secretaria de Cultura do PT no Rio.
— Eu voto em André Ceciliano porque ele é um parlamentar que já demonstrou sua capacidade de lutar pelo povo e de agregar todos aqueles que querem um bem comum. Nesse momento que a gente enfrenta no país, ele tem a capacidade de reunir aqueles que pensam diferente, mas não são adversários em si, que só têm um grande adversário: a ameaça à democracia. Ele reapresenta isso para o povo do Brasil e é para a Baixada o representante ideal no Senado.
Arte no transporte público
No encontro, outras leis do André para o setor foram lembradas. Dente elas, a que regulamentou a apresentação de artistas nos vagões dos trens e metrôs e nas barcas. A medida foi suspensa na Justiça após uma ação do senador Flávio Bolsonaro, o que impactou diretamente na vida dos artistas de rua, como disse o rapper Panca, de Duque de Caxias.
— Infelizmente, a arte acaba não tocando no coração de certas pessoas. Mas ela toca no meu bolso, na realidade da minha casa e de outros artistas de rua.
A medida está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal após o subprocurador-geral da República, Paulo
Gustavo Gonet Branco, apresentar um parecer
favorável à lei.
Outro grupo que contou com a articulação do André foi os animadores culturais vinculados às escolas da rede pública. O projeto de lei 6.350/22, apresentado pelo André, inseriu a animação cultural no Plano Estadual da Secretaria de Educação e foi aprovado em plenário no final de agosto.
Revolução em Paracambi
André relembrou sua trajetória política desde que comprou, no início da vida adulta, um cinema que estava prestes a fechar na cidade onde cresceu, Paracambi. Sua atuação em defesa de um equipamento cultural da Baixada foi o que o catapultou no ambiente político da cidade de onde viria a ser prefeito por dois mandatos.
Em Paracambi, André fortaleceu as políticas de Educação e Cultura, com a criação da Fábrica do Conhecimento, polo que reúne diversas instituições de ensino, dentre elas uma unidade da Escola de Música Villa-Lobos e do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Ele também criou o festival Paracambi Literária e transformou a praça da cidade em palco para artistas como Belchior, Geraldo Azevedo, Chico César e Oswaldo Montenegro.
Reconhecimento da categoria
Tantas ações para o setor se refletem no apoio da categoria ao candidato – desde as artes plásticas, passando pela moda e gastronomia, até a poesia. O diretor da FUNARJ, Jose Roberto Gifford, destacou que a articulação do André foi essencial para a liberação de recursos, em especial durante à pandemia.
— Trabalho na área cultural há mais de 40 anos e nunca vi alguém trabalhar tanto quanto ele. Tudo que foi feito na área cultural do estado tem o dedo do André. Lançamos mais de 20 editais e colocamos uma cota para a Baixada. Aqui, tem mais produtoras de cinema do que na capital. É importante reconhecer isso.
O músico Carlos Dafé, o “Príncipe do Soul”, que completou 50 anos de carreira em 2022, definiu o André como uma “renovação na política”.
— Ao longo da minha vida, cresci apreendendo a importância da política na vida das pessoas. Nós sabemos que o Brasil tem que ir pra frente e o André, por exemplo, é uma renovação, pelo seu jeito popular e amoroso de ser. Ele é um político pluripartidário, que trata todos igualmente.
Natural de Queimados, o ator Leandro Santana, vencedor do Prêmio Sholl, defendeu que André no Senado pode trazer mais recursos para a Baixada.
— André é um homem de história com a Baixada, uma história que nos honra. Suas ações podem trazer recursos para a Baixada, para os artistas e outros equipamentos. Essa é uma luta imprescindível e pode ser fundamental para a restruturação da FUNARTE, que foi desmantelada nesse governo logo quando começou a se aproximar da Baixada.
Augusto Vargas, ator de Nilópolis, defendeu a candidatura de André como um passo importante para descentralização dos eventos culturais que hoje se concentram na capital.
— O André tem uma trajetória de envolvimento com a Baixada e a gente sempre defendeu a importância de descentralizar os eventos da capital.