Pregadores em causa própria

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Hoje eu gostaria de mudar um pouco o repertório das discussões, que em geral versam sobre o estado do Rio de Janeiro, para comentar a decisão do Banco Central de elevar, na semana passada, 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic. Isso animou as viúvas de Fernando Henrique Cardoso, que sentem saudades do tempo em que ganhavam rios de dinheiros com uma taxa que chegou a 45% no segundo mandato tucano.

Os sábios daquela época aplicavam na economia fórmulas que, na intenção de conter a inflação, acabava também por matar também o paciente, o Brasil, o setor produtivo. Só ganhava o setor especulativo.

Os médicos na Idade Média faziam parecido. Para toda e qualquer infecção, aviavam toucinho quente na pele do paciente. Com frequência, o doente não melhorava. E o que eles faziam? Aumentavam a dose, colocando mais toucinho e ervas, até matar o paciente.

Isso tudo para dizer o seguinte: não basta identificar o sintoma, é preciso chegar às causas.

Bastou o tomate subir de preço, para voltarem à cena as previsões catastrofistas. Com que cara ficarão os arautos do caos, ao verem agora que a chegada da safra está fazendo o preço do tomate cair?

Quem prega a alta de juros, com uma dosagem exagerada desse remédio, seguindo a receita arquivada nos tempos de FHC, sem examinar em detalhe as causas da infecção, digo, da inflação, repete as ignorâncias praticadas no passado.

A maior parte dos ex-ministros e ex-presidentes do BC, quase todos hoje consultores de banqueiros ou donos de bancos, prescrevem a receita dos juros altos para domar a inflação. Pregam, portanto, em causa própria. Banqueiros e os rentistas sentem saudades dos juros recordes de 45%, de ver que ficavam cada vez mais ricos sem que necessitassem fazer nenhum esforço, empregar gente, bastava esperar o dinheiro render.

Para esses, temos uma péssima notícia. Enquanto o PT estiver no poder, isso não vai voltar a acontecer. Porque o PT está ao lado do trabalhador, do emprego, do setor produtivo e não do especulativo.

Mesmo com a correção feita pelo Procon na semana passada, os juros seguem os mais baixos da história recente do País.

A presidenta Dilma repete o acerto de Lula, que ao tomar posse em 2003 garantiu ao Banco Central de Henrique Meirelles a autonomia para aplicar um remédio amargo na dose necessária para o País não parar de crescer.

Os juros subiram quando foi necessário e caíram quando foi possível. O Governo está certo ao manter esta medida em seu arsenal, mas sabe os limites da sua aplicabilidade.

Uma economia que ensaia um aumento de 2% do Produto Interno Bruto, logo após um ‘Pìbinho’ de 0,9%, não está superaquecida, é verdade, mas tendo em vista a crise mundial e o quadro de recessão que afetam os Estados Unidos e Europa, estamos no azul e isso é uma boa notícia.

Vamos sim, impedir a volta da inflação, sem que o país deixe de crescer e o povo continue melhorando de vida.

O resultado das três últimas eleições presidenciais, com a vitória de quem privilegia os interesses do povo trabalhador, já deveria ter ensinado a essa gente endinheirada que a esperteza, quando é demais, engole o dono.

Quem apostar no fracasso da política econômica do Governo, baseada na recuperação do poder de compra e na ampliação dos direitos dos trabalhadores, vai se levar tomatada nas urnas no ano que vem como já acontecem em 2002, 2006 e 2010.

Estarão remando contra a maré, aumenta a sua distância da nova classe média e os milhões de brasileiros que agora podem desfrutar de uma vida à qual não tinham acesso antes.

Era isso o que eu tinha a dizer, presidente.

Muito obrigado.

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