Deputado foi um dos principais articuladores em defesa do aeroporto, que vem perdendo para o Santos Dumont 

A concessionária RIOgaleão anunciou, na última quinta-feira (7), que a companhia estadunidense United Airlines vai operar o centro de manutenção do aeroporto a partir do final do ano. A companhia aérea já iniciou, na internet, um processo seletivo para contratação de equipe técnica de manutenção no Rio de Janeiro. Um dos principais articuladores em defesa do Galeão, o deputado André Ceciliano (PT) avaliou a vinda da empresa como “um exemplo da importância do aeroporto para o Rio de Janeiro e para o Brasil”. 

“Essa é uma excelente notícia não só para o Galeão como para a economia do Rio de Janeiro como um todo. Responsável por gerar milhares de empregos, o aeroporto vem sendo canibalizado pelo Santos Dumont por iniciativa do próprio governo federal”, disse o deputado em referência ao edital de privatização do Santos Dumont lançado pela Anac, que intensificava a transferência de voos internacionais e de longas distâncias para o aeroporto da zona sul. Em março, a companhia aérea Gol anunciou que iria transferir os voos do aeroporto Tom Jobim para o Santos Dumont. 

“A United Airlines já começou inclusive a fazer um processo seletivo para selecionar novos empregados”, comentou Ceciliano. A empresa abriu um processo seletivo no Linkedin para contratação de operadores técnicos. A expectativa, conforme noticiado pelo O Globo em junho, é que a empresa dobre o número de empregos do hangar, chegando a mil funcionários. O centro de manutenção continua a ser operado pela empresa portuguesa TAP ME até o final do ano. 

Em comunicado, o presidente do RIOgaleão afirmou que a chegada da United Airlines vai potencializar o uso da infraestrutura do aeroporto, contribuindo para o setor aéreo do Rio. “O RIOgaleão tem desempenhado um papel significativo tanto para o estado do Rio quanto para o Brasil”, escreveu. A RIOgaleão informou que vai investir na modernização da infraestrutura de suporte à operação do hangar. 

Edital previa “canibalização” do Galeão 

Desde que a Anac lançou o primeiro edital de privatização do Santos Dumont, o deputado André Ceciliano, o prefeito Eduardo Paes e o senador Carlos Portinho vinham se articulando em defesa do equilíbrio entre os dois aeroportos: o aeroporto na zona sul do Rio continuaria recebendo os voos de curta distância e o Galeão, os voos longos, internacionais e de cargas. 

Juntos, eles criaram uma ampla frente em defesa do aeroporto com políticos, intelectuais e especialistas. Na Alerj, Ceciliano aprovou uma lei para reduzir para 7% a alíquota de ICMS sobre o querosene usado como combustível pelos aviões, como forma de tornar o estado do Rio mais atrativo para as companhias aéreas.  

Ceciliano também aprovou um decreto para suspender as obras que expandiriam a pista do Santos Dumont aterrando parte do espelho d’água da Baía de Guanabara – o que é vedado tanto pela Constituição Federal quanto pela Lei Estadual 1.700/90. 

Após pressões políticas e o anúncio da entrega da concessão do Galeão na metade do período previsto em contrato, o aeroporto Santos Dumont foi retirado do pacote de privatizações lançado pela Anac. Ele vai ser leiloado em 2023 junto com o Galeão.