O deputado André Ceciliano (PT), pré-candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, e a deputada federal Benedita da Silva (PT) participaram de um bate-papo sobre políticas culturais com cerca de 50 profissionais da arte na Companhia de Teatro Contemporâneo de Botafogo na última terça (18). O deputado defendeu a volta do Ministério da Cultura, de preferência comandado por um ministro do Rio de Janeiro.
“Precisamos fazer o Rio voltar a ser o tambor cultural do Brasil”, disse Ceciliano, que também defendeu o fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura. “Em cada cidade deste país existe uma manifestação cultural própria e muito rica, existe resistência cultural. A gente precisa colocar esses movimentos de volta no orçamento nacional”, comentou.
Ceciliano discutiu a desvalorização da cultura nacional pelo Governo Federal e destacou medidas aprovadas por ele para incentivar a produção cultural no estado – dentre elas, a Lei 3.555/01, que ampliou o acesso a benefícios fiscais para empresas que patrocinam espetáculos nacionais. “Agora, precisamos fazer um ajuste na lei, que hoje só vale para as grandes empresas. Ampliando o acesso para pequenas e médias, serão ainda mais recursos para a cultura fluminense”, comentou o deputado. O próprio teatro onde aconteceu o evento foi reformado com recursos da lei.
A deputada Benedita da Silva reforçou a atuação de Ceciliano como presidente da Alerj, destacando sua capacidade de diálogo. “O André conversa com todos os prefeitos, com todas as forças políticas, ele dialoga com todos os interesses colocados no Rio de Janeiro. Neste momento, politicamente, não temos outra pré-candidatura ao Senado que tem a força necessária para ser um palanque para o presidente Lula aqui no Rio”, disse a deputada.
Na plateia, estavam artistas reconhecidos nacionalmente, como Zezé Motta, Tonico Pereira e Antônio Pitanga. “Com André como senador, o Brasil pode dar um grande salto porque ele é um político a favor da cultura. Isso é de suma importância! Um país sem educação e sem cultura não pode nunca chegar a ser uma nação”, elogiou a atriz Zezé Motta.
Cultura fez revolução na Baixada
André fez uma retrospectiva da sua história desde a juventude na cidade de Paracambi, na Baixada Fluminense. Tal qual o menino Toto, do filme Cinema Paradiso, Ceciliano criou uma relação muito próxima com o único cinema da pequena cidade onde cresceu. Aos 24 anos, André comprou o cinema, que seria fechado para abrir uma igreja evangélica. “Fizemos uma reforma nele, abrimos lojas e um restaurante ao redor e o cinema foi inaugurado em 1994, foi isso que começou a movimentar os pedidos para me candidatar à prefeitura da cidade”, contou.
Em 2001, Ceciliano se tornou prefeito da cidade e, dois mandatos depois, os resultados demonstraram a importância de uma gestão que investiu em cultura e educação. Com iniciativas como a criação da Fábrica do Conhecimento e de um núcleo da Escola de Música Villa Lobos, a cidade passou a ver os índices de violência diminuírem drasticamente.
As iniciativas do Ceciliano deixaram uma boa impressão nos convidados. “Eu sou uma pessoa movida à curiosidade. Hoje vim aqui para conhecer o André Ceciliano e gostei muito”, elogiou o ator Tonico Pereira. “Eu quero vê-lo lá no Senado porque ele é um homem da cultura e que tem a cultura no centro de um projeto de nação”, reforçou o ator Antônio Pitanga.